sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Repudio à ignorância

Estou a acompanhar os Jogos Olímpicos, e mais uma vez, percebendo o quanto é necessário investir em esporte desde a infância para se construir um grande atleta. É impressionante o quanto as potencias do esporte investe na base educacional de seus países. Desde cedo a prática de espotes é incentivada, e o atleta é testado em diversas áreas, desta forma, é mais fácil identificar talentos ainda precoce e prepara-los, refinando-os para cada modalidade esportiva.
Não incentivamos os nossos esportes, fora alguns esportes coletivos, como futebol e voleibol, ainda estes, não incentivados tão bem, os esportes individuais acabam ficando em segundo plano, e os atletas que recebem patrocínio são aqueles que já apresentaram algum resultado, o que, financeiramente, foi bancado pelo próprio atleta até então.
Neste cenário, acho um grande feito quando vejo esportistas brasileiros disputando provas em Olimpíadas, pois o caminho é muito árduo para eles, não que eu espere que sempre ganhem uma medalha, afinal, ainda estamos muito longe de nossos adversários, mas porque, vejo que já é uma grande feito.
Para chegar nos jogos, uma pessoa trabalhou por quinze... vente anos... Abdicou de mutas coisas, se disciplinou, foi morar longe de casa e até de seu país para obter apoio. Neste ponto eu vi a final de natação dos cinquenta metros nado livre, onde o brasileiro Bruno Fratus disputou a final. Prova rápida, menos de 22 segundos, o brasileiro foi sexto, porém, está prova aconteceu no mesmo horário de um dos jogos de futebol da seleção olímpica masculina, interromperam a transmissão do jogo para exibi a prova, e durante a transmissão pensaram que nosso atleta tinha terminado em oitavo, voltando a transmissão do "baba" (futebol na Bahia), houve o seguinte dialogo irônico entre o comentarista de futebol e o narrador da natação: comentarista: "O brasileiro ficou em oitavo, não foi?" narrador: "Foi" comentarista: "Não é o ultimo?"
Não! Não é o ultimo.Não pode ser ultimo. É aquele que passou por todas as etapas acima citadas e ainda se classificou para os Jogos, depois se classificou em uma eliminatória e em uma semi-final para chegar à final. Será possível que o brasileiro só presta quando vence? Será que as lutas travadas para chegar a uma final não contam? Neste momento eu percebi o quanto somos ignorantes, o quanto nos falta conhecimento e respeito aos nossos atletas. Enquanto chamamos alguns de gênios e heróis, descartamos os outros, de esportes que nem conhecemos. Um comentarista, que nem conhece determinado esporte, mas que tem uma grande audiência e, portanto, a possibilidade de construir opiniões, deveria se conter a comentar apenas seu esporte, coisas que nem sempre faz bem.
Parabéns Bruno! Isso é o minimo que você merece, seu sexto lugar nestes jogos mostra que, com incentivo e treinamento podemos conquistar mais, seu sexto lugar é uma vitória da natação e dos esportes brasileiros