Desde criança que eu sempre admirei o BaVi, o maior clássico
do norte-nordeste do Brasil. Clássico que já lotou a antiga Fonte Nova, com cem
mil torcedores, que já foi disputado em Pituaçú, outro estádio de Salvador, e
já foi disputado até em Feira de Santana, em 2008, quando a Fonte Nova estava
fechada.
Como torcedor do Bahêa, como cidadão baiano, uma das maiores
alegrias era ver as duas torcidas juntas no estádio, pai e filho, marido e
mulher, divididos por suas paixões futebolísticas, mas, unidos pelo BaVi.
Sempre foi assim.
Hoje, 27/04/17, isso muda. Pela primeira vez na história as
torcidas estarão separadas, não por escolha das torcidas, nem por escolha dos
clubes, mas, pela justiça, que diz que é para conter a violência, isto
aconteceu. Sim, torcida única na Bahia.
A pergunta que não quer calar: Qual é o lugar que colocando
torcida única no estádio diminuiu a violência entre as torcidas?
Os poderes públicos, polícia, justiça e governo, não
conseguem resolver o problema da violência, e tratam com mais violência, pois
esta ação é uma violência contra os clubes e as torcidas, contra o futebol e
contra o esporte. Não é com a separação nem com a exclusão que se resolve a
violência, mas sim, tratando os problemas de forma correta. Se precisa de mais policiamento
dentro do estádio, coloca-os, se precisa de mais segurança fora do estádio,
aplica-se. O que não se deveria era separar, pois isso só aumenta uma
rivalidade e dá combustível aos tolos que praticam a violência.
Eu sou a favor da torcida mista no BaVi.